segunda-feira, 11 de abril de 2011

Em alta no Palmeiras, artilheiro Kleber sonha com semestre perfeito Goleador do time com 11 gols, camisa 30 sonha com título paulista, bom desempenho na Copa do Brasil, e convocação para a Seleção Brasileira Por

Quando 2010 chegou ao fim, a fisionomia do atacante Kleber era de desânimo no Palmeiras. O time havia sido eliminado da Copa Sul-Americana dentro de casa para o Goiás, e não se via perspectivas para quem havia trocado o ajustado Cruzeiro pelo clube com o qual se identificou com a torcida.
Mas 2011 chegou e, com a nova temporada, novos ares... Hoje, o Palmeiras vive nova fase: lidera o Campeonato Paulista, faltando uma rodada para o fim da fase de classificação, acaba de receber Wellington Paulista para o ataque, e seu camisa 30 curte seu melhor momento técnico desde que surgiu na vida dos palmeirenses, em fevereiro de 2008. O bom humor é tão grande que ele está de bem com a vida com o grupo (assista no vídeo abaixo as piadas do Gladiador).
- Nosso time está certinho, jogando sempre da mesma maneira, sofrendo poucos gols. Dá para sonharmos com coisas maiores, sim. Mas é claro que, para a gente ganhar algum título, vamos ter que correr e suar muito mais, como na partida contra o Santos - conta Kleber, autor do gol da vitória no clássico passado, pela 17ª rodada.
Na cabeça dos jogadores é possível dar voos maiores, como chegar o mais longe possível na Copa do Brasil. E Kleber sabe que o sucesso na competição nacional pode levá-lo para o lugar que tanto sonha: a Seleção Brasileira, do técnico Mano Menezes.
- Já pensou? - disse ele.

Capitão e goleador

Os números comprovam o bom momento do Gladiador: em 17 jogos, 11 gols marcados, seis cartões amarelos e nenhuma expulsão. Aquele jogador, famoso por jogar com o cotovelo levantado, deu lugar a um atleta mais participativo, decisivo, e que é o novo dono da braçadeira de capitão, até mesmo quando o ídolo Marcos está em campo.
- Sinto que há uma confiança do grupo em mim, mas também porque mudei. Estou mais calmo hoje e já adaptado ao futebol brasileiro. Na Ucrânia, era tudo diferente, a força era diferente - defende-se.

Aos poucos, Kleber está deixando de ser apenas um brigador, para se tornar também goleador. Em sua primeira passagem pelo Verdão, em 46 jogos, fez apenas 12 gols - média de um a cada quatro jogos. No ano passado, foram dez gols em 27 jogos, após o alto investimento feito pela diretoria, que pagou € 3 milhões (hoje o equivalente a R$ 6,8 milhões) para tirá-lo do Cruzeiro e obter 50 % do valor da sua multa rescisória.
- O número de gols neste ano poderia ter sido maior. Teve um jogo (contra o Comercial-MS, pela Copa do Brasil, no Pacaembu) que eu me machuquei com 15 minutos. Naquele dia, eu tinha certeza de que faria pelo menos um e deixaria minha média mais alta - lembra ele, que tem oito no Paulistão e está dois atrás de Liedson e Elano, os artilheiros até agora.

No Palmeiras, recorde a caminho

Kleber está perto de alcançar, no Palmeiras, a sua maior marca de gols na carreira. O atacante, aos 26 anos, só defendeu quatro clubes - São Paulo (nove gols), Dínamo-UCR (37 gols), Cruzeiro (38 gols) e Palmeiras (33 gols). Se marcar mais seis gols, o Verdão vai tornar-se o local onde mais fez gols, em oito anos como profissional.
Além disso, o jogador em breve vai completar cem jogos pela equipe, desde sua primeira passagem, em 2008. No último sábado, não atuou da partida contra o Grêmio Prudente (vitória por 2 a 0), pois estava suspenso - recebeu seis amarelos neste Paulistão.
Ficou fora de apenas quatro jogos na temporada, dois por causa de um problema muscular e dois por suspensão. Expulsões? Só uma, desde que voltou ao clube, no Brasileirão passado.
- Estou mais tranquilo, mas as pessoas têm que entender que, em algumas situações, o atacante usa o braço para se defender, não para agredir um zagueiro. O Neymar, por exemplo, deu uma cotovelada no Cicinho (no clássico entre Santos e Palmeiras), mas aquilo não foi deslealdade, ele usou o braço para se proteger porque estava com a bola. O mesmo acontece comigo às vezes. Ou alguém acha que o zagueiro, quando chegar, vai aliviar porque estou com o braço para baixo? - explica.


Piadas, broncas e parceria com o Mago

Desde que voltou ao Palmeiras, Kleber tornou-se uma das principais referências no elenco. É o jogador que ora cobra os atletas, ora vira o pivô de brincadeiras e polêmicas. Durante o empate com o Corinthians no Brasileirão de 2010, Kleber desentendeu-se com um jogador que não está mais no Verdão. Os dois discutiram e quase chegaram às vias de fato no vestiário do Pacaembu, no intervalo. Outro companheiro também "falou mais alto" com o Gladiador neste ano, depois do empate com o São Caetano no ABC.
O camisa 30 também possui um estreito relacionamento com as torcidas uniformizadas do Verdão, o que o torna um dos escudos do grupo. Foi ele quem foi bater na porta da sala do ex-diretor Wladimir Pescarmona, no fim de 2010, para cobrar explicações, depois de o dirigente vir a público criticar o grupo, após a eliminação para o Goiás na Copa Sul-Americana. Ali, defendeu os jogadores e cobrou maior proteção nos momentos de crise. E, na hora da raiva, disse poderia ser negociado, caso a diretoria estivesse insatisfeita com ele.
- Algumas coisas não podem sair de dentro do nosso ambiente. Houve uma conversa entre nós, fomos cobrados, a diretoria estava certa, mas não se pode vir a público e falar o que foi falado, nem expor o grupo - relembra.
Valdivia é um dos seus amigos dentro do grupo. Recentemente, os dois trocaram brincadeiras pelo Twitter - ferramenta de que é adepto desde o fim de 2010. Primeiro, Kleber pendurou a calça do chileno no meio do vestiário, que respondeu fotografando a placa do seu carro, que ele adulterou. A amizade vai além dos treinos e dos jogos, já que ambos são parceiros nas concentrações.

- A gente pouco se fala no quarto, porque um dorme mais que o outro - conta, sorrindo.
O meio-campo Patrik é um dos pupilos do Gladiador. Constantemente manda mensagens em seu celular, para falar dos seus lances nos jogos.
- Há dias recebo mensagens do Patrik falando do passe que deu para o gol contra o Santos. Vou ouvir isso para o resto da vida... Mas até ele tocar aquela bola, eu tinha xingado ele o jogo todo - diverte-se.
- Você sabe o apelido dele? O Patrik no grupo é chamado de "Barriga de Cavalo". Dá uma olhada como ele é barrigudo! - brinca.

Felipão: após polêmica, só elogios

Felipão e Kleber demoraram para falar a mesma língua no Palmeiras. Apesar da admiração mútua, eles só passaram a se entender há pouco tempo, justamente depois do maior atrito.
Irritado com algumas críticas do técnico via imprensa ao elenco, sobre a ausência de um goleador, o camisa 30 retrucou o treinador pelo Twitter, dizendo que ele só criticava, em vez de defender os jogadores. Com categoria, o campeão mundial minimizou a polêmica no dia seguinte e se entendeu com o craque, que pediu desculpas, nos corredores da Academia de Futebol.
- Vejo, no máximo, um atacante melhor que o meu no Brasil hoje. Um jogador com as características do Kleber, pode procurar que você não acha. Ele é guerreiro, difícil de marcar e está presente em todos os jogos - elogiou Felipão, em sua recente participação no programa "Arena SporTV".
Kleber, por sua vez, também tem elogiado muito o treinador. O Gladiador está satisfeito com a maneira como a equipe está atuando, especialmente pelo fato de o Palmeiras sofrer poucos gols - cena rara nos últimos anos. No Paulistão, foram seis em 17 partidas, números que tem tirado a pressão do ataque palmeirense, que mesmo não sendo tão efetivo, possui o segundo melhor saldo do estadual.

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